É verdade, o caminhão abarrotado de material que só entrou na obra depois de 23h30 poderia tê-lo feito antes; afinal, o rodízio de caminhões vai até 22h, e um cálculo mais ou menos básico de horário, além de uma espera no limite da área de multa, o faria chegar, penso, umas 22h30, 22h40. Mas a Gafisa mandou um caminhão que não estava com freio no osso - coisa rara -, que não tem um alarme de ré hediondamente alto e infame, um motorista que não buzina (ou não buzinou até o momento) e operários que não gritam e parecem tentar manter o silêncio.
Mas, se o diabo mora nos detalhes, o barulho é vizinho dele. De tempos em tempos, há na obra um estrondo seco, como de madeira batendo em madeira. Como suponho que a carga seja de blocos ou revestimentos, a aposta é que estão movendo sem cuidado os palets de madeira que estavam sob o material. Não é um palpite às cegas: já vi e filmei esses palets sendo arremessados de qualquer jeito no interior das caçambas dos caminhões - geralmente são empilhados perto da caçamba.
É o tipo de barulho tolo, dos mais fáceis de ser evitado - basta colocar o palet, e não arremessá-lo, num serviço que envolve mais do que um trabalhador. Logo, a empresa teria de destacar mais uma pessoa para tanto. Mas é justamente pela aparente simplicidade de corrigir o problema que ele é especialmente irritante. Desde o início da obra, a Gafisa e suas prestadoras de serviço já alternaram momentos de barulhos explícitos e descuidados na madrugada com tentativas - muitas dos prestadores de serviço, e depois de conversas civilizadas - de reduzir o incômodo à vizinhança. Não custa fazer um arremate do porte de "peguem leve com os palets" para evitar reclamações como esta, não é verdade?
OBS: O caminhão saiu por volta de 4h30 do local, deixando aos vizinhos pouco menos de 2h30 de sossego.
OBS: O caminhão saiu por volta de 4h30 do local, deixando aos vizinhos pouco menos de 2h30 de sossego.
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